News #6 da Tribo
Não comece pela tecnologia e sim pelo problema, os dados são essenciais pra sua estratégia de IA, chega de obsessão por gerações, os segredos do carisma, entre outras. E a próxima vai sair de Austin..
DO PROBLEMA À REAL TRANSFORMAÇÃO | Esse hype de IA faz parecer que as pessoas estão buscando problemas pra tecnologia. Mas na verdade, pra qualquer processo de transformação digital ou de IA, você deve começar pelo problema, nunca pela tecnologia. O que existe agora, são novas soluções para muitos problemas (que devem ser revisitados). E esse podcast da McKinsey discute isso. Quando o processo começa pelo problema, é mais fácil ter o road map pra resolvê-lo. Nesses processos os pilotos são a parte mais fácil, mas não mexem o ponteiro do resultado. O maior desafio? Escalar. E não por causa da tecnologia, mas das pessoas e dados. A recomendação da McKinsey pra ter sucesso? Desenvolver talento internamente é mais efetivo do que terceirizar, e isso precisa ser feito em toda a organização, não apenas em TI. Todos os executivos e áreas precisam conhecer e entender os principais conceitos de tecnologia (pra evitar confusão e o facilitar o processo de decisão), e devem adaptar suas abordagens pra suportar a transformação.
O MELHOR CDP, E EU COM ISSO? | Gartner fez seu primeiro quadrante mágico de CDP e quem é o líder? Salesforce. Amei esse primeiro lugar. Espero que fiquem felizes também afinal é meu salário da Salesforce que financia essa newsletter, hahaha ;)
Brincadeiras a parte, a Salesforce acreditava tanto no conceito de CDP, de ir buscar o dado necessário, unificar identidade, usar IA pra insights, campanhas e outras ações que melhorem a experiência do cliente e a receita, que expandiu isso só do marketing pras outras nuvens. E isso é a base do valor da IA pro negócio. IA tem 3 camadas: a interface que o usuário usa (e aí vale estar integrado no que você já usa hoje), o modelo (GPT, Gemini, etc) e os dados da empresa. Afinal os dados são os registros das interações de cada cliente. Eles que aterrizam pra realidade do cliente. Imagina uma pessoa buscando o seu portão de embarque pra Austin? Uma resposta genérica vai provavelmente ser errada. Mas se ele souber que sou a Fernanda e que tenho uma passagem comprada (o vôo, o dia, etc) pra lá, ele vai acertar. Esse é o poder dos dados, entendeu? Mas esses dados precisam estar acessíveis pra IA. E aí que entra o Data Cloud, a CDP ‘expandida’ da Salesforce. Você usa Salesforce? Então veja também o lançamento do Einstein Copilot ;)
NOSTALGIA E O FIM DA OBSESSÃO POR GERAÇÃO | Em breve Americanos 60+ anos serão o grupo com maior poder aquisitivo nos Estados Unidos, mas as marcas ainda focam em no target 40-. A solução não é virar pra 60+ mas tirar o foco das gerações (até porque é um mal definidor de comportamento) e adotar uma estratégia pós-geracional. Como? Segundo esse artigo da HBR mude a narrativa de gerações para indivíduos, evite estereótipos de idade (os mais velhos hoje tem estilos de vida mais jovem), alavanque dados para entender os comportamentos individuais, reconheça a crescente influência dos mais velhos nos mais novos, busque formas de unir gerações com valores e experiências compartilhadas além de desenhar produtos e serviços que atendam mais gente (de mais idades e necessidades). Uma boa inspiração é o entretenimento que já vem aproveitando uma pegada de remakes pra unir gerações.
SE VOCÊ NÃO CONSEGUE RESOLVER UM PROBLEMA, REPENSE-O | Como disse Einstein, “se eu tiver uma hora pra resolver um problema gastaria 55 minutos pensando sobre ele e 5 pensando sobre como resolvê-lo”. Essa foi a filosofia que inspirou o E5, um framework publicado na HBR pra garantir que você está engajando com o problema o suficiente antes de pular pra resolvê-lo. Clica no link que tem muito mais detalhes de como fazer mas resumindo os 5Es são:
-Expand: brainstorm todos os aspectos do problema, sob diferentes perspectivas.
-Examine: mergulhe nele pra entender as causas raiz.
-Empathize: entenda como ele afeta diferentes stakeholders.
-Elevate: dê um zoom out e olhe o problema no contexto da organização toda.
-Envision: desenvolva uma visão do futuro desejado e trabalhe de traz pra frente em como chegar lá.
Quem me conhece sabe o quanto eu amo o ‘apaixone-se pelo problema, não pela solução’ e aproveito pra recomendar o livro ‘A More Beautiful Question’ do Warren Berger.
CIÊNCIA DA COMPLEXIDADE | Como os oceanos vão responder à mudança climática ou como os neurônios se comunicam entre si? Alguns temas envolvem tantas variáveis que sempre foram grandes desafios para a ciência, que pautava pesquisas considerando estáveis muitos fatores que, na vida real, interagem e mudam tudo. Mas hoje, com novas ferramentas de análise com IA, uma nova disciplina está decolando, a ciência da complexidade. Ela encoraja a visão holística, ao coletar e analisar muita coisa junta, ao invés de quebrar o problema em pequenas partes e estudar cada um individualmente. Essa disciplina, que já ganhou até Nobel em física, ainda está engatinhando na ciência social, mas Kellogg está apostando nisso ao criar o Instituto Ryan para acelerar isso.
NÃO BASTA SABER, TEM QUE COMUNICAR | Se comunicar de forma efetiva é igual wi-fi, um must have pra tudo na vida. Esse artigo da Fast Company lista 3 hábitos pra ser efetivo:
- Entenda o tipo da conversa: prática = resolver problemas; emocional = expressar sentimentos; social = criar conexão. Reconhecer qual a conversa ajuda sempre. Aliás eu sempre pergunto pras minhas filhas “quer que eu só escute ou quer palpite?”
- Faça perguntas profundas: elas podem não parecer profundas mas levam ou permitem que as pessoas te contem sobre seus valores, crenças e experiências. Coisas como ‘por que você escolheu essa profissão ou esse bairro?’ ou ‘o que você costuma fazer no final de semana?’
- Ouça com escuta ativa (ou como prefiro, com interesse real). Sabe que me lembrou um outro artigo super interessante sobre carisma que li há uns anos atrás, que aproveitei pra procurar e trazer aqui:
CARISMA PODE SER APRENDIDO? | Carisma parece um imã, e pessoas carismáticas te fazem sentir seguros, valorizados e ouvidos. Por isso são tão encantadoras. Segundo esse artigo da Vogue UK ele é feito de 3 componentes: poder, presença e ‘calor’. E qualquer um pode ser mais carismático com escuta ativa, reconhecendo suas forças, focando no presente e sendo brincalhão e curioso. Gente como o Obama, a Oprah. Não é sobre fazer uma performance ou ser alguém que você não é, mas sobre ser genuíno, presente e interessado nos outros.
Eu sou a Fernanda Belfort. Marketeira de carreira, mãe, esposa, sobrevivente de câncer e hoje head do time de soluções para marketing da Salesforce. Comecei um grupo e um podcast chamados Tribo de Marketing em 2019, e sigo nessa jornada de uma lifelong learner que acredita na generosidade e abundância. AMO aprender e compartilhar. Um pouco de tudo, mas sempre com muito marketing e tech.
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Muito bom! Principalmente sobre mkt intergeracional! 👏🏻👏🏻