Tendências e Retrospectivas
Dezembro é mês de retrospectivas e de tendências. Saiu o

do Trendwatching pra 2020 e pra variar está imperdível. Resumindo uma hora do webinar em poucos minutinhos, as 5 tendências foram:
Green Pressure - consumidores saindo do eco-status para o eco-shame. Hoje, com tantas alternativas super disponíveis, ótimas e justas, o eco-consumo deixa de ser o status de opt-in e passa pra vergonha de opt-out. Milhões de consumidores em 2020 vão optar por produtos, serviços e experiencias que aliviem essa crescente eco-vergonha. (2019: Tesla Model 3 já é o 3o carro mais vendido em UK, tênis feito de plástico do oceano da Adidas vendeu 11M de pares e o Impossible Burger está no Burger King...)
Brand Avatars - marcas humanas tomando novas formas. Com a fragmentação da mídia e os canais digitais se multiplicando, uma oportunidade para 2020 é prestar mais atenção em marcas que se personificam em novos personagens virtuais e avatars, para habitarem o canal digital de forma mais rica, imersiva e humana. As pessoas não querem conectar e ficar amigas de uma marca de comida ou cosmético, mas elas podem interagir super bem com marcas que as encontrem nos canais digitais onde elas vivem, ajudando-as e/ou divertindo-as. (2019: Yumi, uma influencer virtual da SK-II, uma marca de cosméticos japonesa; Wendy's no Fortnite que foi Grand Prix em Cannes, a evolução da Nat Natura no Twitter no Brasil)
Metamorphic Design - consumidores demandando relevância como serviço ("as a service"). A cultura de upgrades constantes e iteração do mundo dos apps gera a expectativa de adaptação de melhoria constante. (2019: Baze que é mais que uma assinatura de vitamina, mas ajusta sua fórmula baseado num exame de sangue que ela te manda a cada 3 meses; ou a Optune da Shiseido que baseado numa selfie, dados do tempo e poluição e do ciclo menstrual personaliza diariamente o creme pro seu rosto através de um device)
The Burnout - marcas ajudando os 'esgotados' pela pressão da vida moderna. Ansiedade e não conseguir desligar do trabalho parecem estar virando o novo status quo, a ponto da organização mundial de saude reconhecer o burn out como uma doença do trabalho atualmente. A cultura do 'always on' e do trabalho 996 (referência a jornada das 9 as 9, 6x por semana, comum nas empresas de IT na China e defendida pelo Jack Ma do Alibaba). Hoje as empresas são uma caixa de vidro, e o que acontece dentro delas (cultura e valores) reflete nas suas marcas. (2019: Microsoft testou semana de 4 dias no Japão com ganho de produtividade, Thriva lançando teste de stress; natural pra mim lembrar as ações de várias empresas no Setembro Amarelo nesse ano)
Civil Media - o futuro de social são conexões significativas. As redes sociais viram sinônimo de fake news, bulling, mundo idealizado que coloca uma pressão nas pessoas de algo irreal e até as taxas de suicídio entre jovens. O antídoto pra essa toxidade são espaços digitais mais íntimos, que facilitem conexões verdadeiras e respeitosas, onde você pode ser você mesmo. (2019: rede em UK para as mães amamentando de madrugada; Sprite com fóruns no Reddit pra temas preocupantes pros jovens na America latina)
Vale assistir também o video (9min) de mega trends da trendhunter.com.
A Isobar soltou o indice de maturidade digital de 2019 no Brasil. Só 4% das 284 empresas analisadas chegaram ao nível expert, e todas são do segmento de varejo. Para uma empresa ser expert, ela precisa usar da melhor forma possível mobile, social e search, de forma integrada, para se manter próxima do seu público e com potencial de resultado financeiro. Foram elas: Nike, Magazine Luiza, Havan, Boticário, Burger King, Pet, Cobasi, C&A, Renner, Adidas, Leroy Merlin e Chilli Beans. Mobile é a área mais desenvolvida no geral (com a drogaria Araujo no 1o lugar), Social em segundo lugar (com a Nike como top) e Search a última (com Magazine Luiza no topo).
Já pro Twitter, as marcas e campanhas que melhor usaram a plataforma e conseguiram se comunicar de forma criativa foram Natura (com a persona Nat Natura - lembra da tendência do avatar, olha ela aí!), Skol, Renault (nostalgia da famosa campanha da Caverna do Dragão), Google, Turma da Mônica, Apple, Brahma, Descomplica, McDonald’s, Globoplay e Netflix.
Ainda na série retrospectivas e tendências, o famoso vídeo anual, YouTube Rewind, saiu. Começou se desculpando pelo fiasco de 2018 (foi o vídeo mais odiado da história) mas não escapou de ser super criticado mais uma vez (e já tem mais de 7M de dislikes vs 3M de likes).